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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Síntese sobre a Inércia do Movimento Universal

Bem, primeiramente, como podemos entender o movimento?


O movimento se subdivide em ação e reações, as quais podemos compreender como formas. De formas, podemos entender tudo aquilo que é expresso de maneira com que os sentidos e a razão possam captar, seja através do auxilio de ferramentas ou não. Tendo descoberto isso, podemos começar.


É possível observar, estudar e falar sobre o mundo em que vivemos atualmente, contudo, o que observamos hoje em dia (ciência, arte, escrita, armas de fogo, o tempo, o espaço, etc), não surgiu da noite para o dia, tão apouco sem motivo. Não aconteceu simplesmente por um acaso ou por uma mera aparição bondosa da sorte em um dado momento da história. A questão é: Qual o princípio originário de tudo o que se conhece? ...ou seja, por que?

É de se pensar que não existe impedimento em dizer que essa simples pergunta deu origem a tudo o que conhecemos, já produzido pelo homem. A busca pela resposta, através de inúmeras tentativas no início crítico da história da humanidade, foi capaz de, com o passar do tempo, se transformar em Filosofia e em seguida Ciência, fragmentando-se em outras tantas vertentes metodológicas de estudo, as quais foram, de certa forma, incubidas de colaborar com a compreensão mais apurada do universo em que vivemos e como vivemos. Mas ainda assim, a resposta não foi encontrada.


Desde a Antiguidade, onde a pergunta foi suscitada pelos primeiros críticos (ou pensadores Filosóficos, como queiram chamar), a humanidade passou por alguns outros períodos marcantes na história, onde a indagação permanecia sem resposta, contudo, a busca ainda era presente. Nos dias de hoje não é diferente, porém os benefícios que a Ciência trouxe à humanidade são inúmeros.


Voltemos a observação do movimento no universo e tudo o que nele consta. É possível perceber hoje, com uma maior facilidade fornecida a nós pela Ciência, que essa simples pergunta nem sempre foi tão simples assim. Todavia, para que entendamos com maior clarividência é preciso nos questionar o motivo do que acontece agora, nesse momento.

Se nos dispusermos a escavar a razão que nos leva a fazer as coisas no dia-a-dia, encontraremos outras razões mais profundas para tais atividades, as quais nos levam a outras mais profundas ainda, perpassando o início da humanidade, do mundo e do universo. Sim, é possível que a razão para que exerçamos qualquer atividade nos dias atuais esteja intimamente ligado com o princípio do universo, e é nesse ponto que anseio chegar.

Imaginamos com frequência que o motivo que nos leva a abrir uma geladeira em busca de um copo com água é a nossa sede. Não seria um tanto egoista e prepotende da nossa parte pensar que a razão para que desenvolvamos as atividades no nosso dia-a-dia seja fruto exclusivamente de nossa vontade e que com ela fazemos o que bem intendemos e quando queremos ao nosso bel-prazer?


Estamos em meio a um efeito-dominó, onde por vezes pensamos que o "cair de uma peça" é exclusivamente de vontade particular, sem pararmos para pensar que tudo o que acontece não acontece pela ação do acaso ou pela sorte, mas com uma razão, um motivo. Esses acontecimentos nada mais são que reações de uma ação inicial, que desencadeou o efeito, e a isso chamaremos de Inércia do Movimento Universal.


Remetendo-nos a um lugar onde ainda não é lugar, onde o tempo ainda não teve tempo de começar a existir, antes da fase densa e quente que o universo passou, denominada "Big Bang", o que temos? O que fica entre tudo o que existe e a falta disso? Tendo como pressuposto que a própria inexistência só se dá na ausência da existência, o que, de certa forma, faz com que ambas estejam em lados opostos de "uma mesma moeda". Não vou me deter a essa questão e sim no que se dá posteriormente.

Se para cada ação existe uma reação, que ação provocou a reação primeira a qual desencadeou as demais reações das reações? Que dedo empurrou a primeira peça do dominó?


Adiantando-nos um pouco mais a frente no tempo, chegando nos dias atuais, indaguemos o por quê de continuarmos reagindo. Por quê dar o próximo passo? Por que continuar no movimento? Qual o motivo último de todas as reações? Bem, há de se pensar que o motivo para a vida é a morte, assim como do ascender é o apagar, etc. O paradoxo evidencia uma verdade de razão última para todas as coisas. Ele nos mostra o repouso sobre a imparcialidade existente entre a guerra da prevalência entre os opostos, o qual podemos identificar como o motivo ou razão para os fenômenos da existência e inexistência. Dessa maneira, podemos concluir então que, talvez, o motivo inicial e último para tudo o que existe e inexiste é o retorno ao pleno, no qual não há tentativa de prevalência entre as coisas, umas sobre as outras. Um apaziguar entre as formas de expressão, seja no tempo ou no espaço; seja com emoção ou razão; consciência ou inconsciência.


Contudo, o retorno ao pleno não é possível ser feito através do consciente, ou mesmo através do inconsciente, pelo motivo de ele não comungar exclusivamente de um ou de outro, mas de ambos. É a reunião através do "retorno à mãe" de tudo, ou seja, ao que precede o motivo inicial e último da criação (do parto) de todas as coisas.

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