Campo de pesquisa

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sobre o desenvolvimendo do movimento particular

Qual a essência do desenvolvimento? (o que faz o desenvolvimento ser desenvolvimento, e não outra coisa?)

Essa pergunta, que nos faz refletir sobre o que, como e quando nos movimentar (vide os textos anteriores - Espontaneidade: Movimento & Forma e Síntese sobre a Inércia do Movimento Universal), é muito importante, pois ela nos aponta um norte, nos instiga a encontrar um caminho ao qual percorrer. No momento em que se pensa em desenvolvimento, é quase que inevitável pensar em melhoria, aprimoramento e progressão. Contudo, não se trata unicamente de melhorias, aprimoramentos e progressões, mas de regressões, erros e inúmeros momentos de fraqueza. Estar consciente, mesmo sem, talvez, estar preparado para eles, nos permite desfrutar com melhor desenvoltura de cada momento, seja ele agradável aos nossos resultados almejados ou não.

É possível entender o desenvolvimento através de uma espiral. Ao observar seu ponto de partida, é de se analisar que se trata do lugar onde habita o vazio, exemplificado pelo “0”. O simples habitar do vazio, trás a oportunidade de preenche-lo de inúmeras formas, e é através disso que o desenvolvimento, por algum motivo e em algum momento, se inicia. Suponhamos então que as experiências, o conhecimento de mundo e de si, sejam exemplificadas pela progressão numérica “1”, “2”, “3”, "4" e assim sucessivamente. Embora esteja clara a progressão, que de certa forma é inerente ao desenvolvimento, não é explicitado onde as regressões, também tão inerentes quanto, se mostram presentes. Como observado, a espiral há de crescer, contudo, conforme a progressão toma forma e extensão, aproxima-se cada vez mais da regressão, ou seja, do momento base (retorno a raiz / recomeço), o regressar ao "0".

"Quanto mais vazio conter, mais substância é agregada"

Refletindo sobre o aforismo acima, é possível compreender, com certa amplitude, a essência do desenvolvimento. Quando fala-se em regressão, nada mais é que o retorno a onde tudo teve início, o "0". Para que a substância seja armazenada, é necessário um recipiente, e ao observarmos a espiral, atentando para onde a inclusão/progressão da substância tem seu fim, observamos o "0", "00", "000", e assim por diante. Antes e depois do que se consideramos substância, a única necessidade é o vazio, aquilo que não é substância, o recipiente não delimitado.

O desenvolvimento é dado de forma paulatina, seguindo seu curso natural. Não existem atalhos ou formas boas. O desenvolvimento é o que é de acordo com sua substância.

Algumas particularidades de um todo, que conhecemos como desenvolvimento, podem ser citadas, e essas serão meu foco de dissertação a seguir. A falta de uma das seguintes, fada o desenvolvimento à frustração do fracasso e/ou estagnação.

--> Paciência:
Um valor que poucos cultivam. Nos ajuda a compreender que cada coisa, em sua singularidade, tem seu tempo e ritmo.

--> Força:
A palavra toma um significado ampliado. A capacidade de transpor momentos de fraqueza tornam-se parte da maioria, se não todos, os momentos em foco.

--> Flexibilidade:
Algo necessário para que exista independência. A liberdade é intimamente ligada a flexibilidade em seu mais amplo sentido.

--> Equilíbrio:
Após tomar conhecimento de ambos os lados, procurar manter-se no meio, tendo consciência de que o equilíbrio não existe por si só, mas que é apenas uma palavra que define a ideia que refere-se ao estado de compensação. Serpenteando entre os extremos (os lados).

--> Economia:
Economia nos remete ao que é suficiente. Nos indica o quanto devemos manter de energia para que perduremos em nossas atividades e consequentemente galguemos o desenvolvimento.

--> Motivo:
A importância primeira para o desencadear de tudo o que se tem conhecimento. Sem esse último, todas as atividades são vãs/vazias.