Olá amigos. Bem-vindos, mais uma vez.
Não se trata de uma maneira de se mover, mas de uma maneira de pensar.
Ter momentos de aversão com relação a coisas internas e externas a nós é natural, prender-se e manter-se de forma avessa a esses momentos é uma opção que cabe a ponderação de cada indivíduo.
Ser espontâneo é ser pura e simplesmente verdadeiro consigo. É sentir e compreender a si próprio cultivando recursos para expressar-se. É ser livre.
Percebamos, agora, o seguinte. Sendo a espontaneidade a expressão da liberdade, podemos então dizer que estarmos presos a algo é exprimir a não-espontaneidade?
É possível pensar que somos livres e mantermo-nos presos em inúmeras selas subjetivas durante uma vida inteira e nem se dar conta disso, ou ficar preso em uma sela objetiva e ser um homem verdadeiramente livre. Coisas como se prender ao clima agradável; ser um atleta de Judô, não um Ginasta, ou ser um Ginasta e não um atleta de Judô; Cantar e não Dançar, ou Dançar e não Interpretar; preocupando-se em manter um estilo de vida X. Para isso, dou o nome de forma. Enquanto mantivermos uma forma Z, não poderemos ser A, B, C, D, E, F...
A equidistância é a expressão da espontaneidade, pois somente através da não-forma podemos assumir todas as formas.
Manter-se entre as formas, permite com que transitemos através todas, sem nos atermos a nenhuma. Através dessa habilidade podemos desfrutar do curso natural das coisas sem nos apegarmos as formas. O natural não é rápido ou lento, forte ou fraco, grande ou pequeno, ele é o que é, seja lá o que for e no tempo em que tiver que ser. Para o desfrute do curso natural das coisas, dou o nome de imperturbabilidade, a qual, paralelamente, promove a manutenção de uma virtude chamada paciência.
Movimento. Bem, o movimento talvez seja o mais subjetivo e abrangente modo de se expressar. Subjetivo no que nos aponta sua abrangência e ausência de delimitação. Posso citar o movimento de idéias através de uma conversa, ou o movimento gramatical através da produção de um texto; posso citar os movimentos sonoros, que acariciam nossa audição através de uma bela música ou mesmo os mecânicos, através do deslocar do corpo de uma bailarina em um palco. Movimentos sonoros, mecânicos, ideológicos, químicos, etc., todos são movimento. No momento em que pudermos observar que o movimento não é uma coisa, ele passará a ser todas as coisas. Podemos dizer então que o movimento é livre, e que por ser livre é espontâneo. Através da espontaneidade expressa, atinge-se a verdade, a qual é objetivo último e universal.
Todos nós nos movimentamos através do auxílio de inúmeras formas, as quais nos ajudam a expressar o que sentimos, o que pensamos, etc. Contudo, quanto mais fundo mergulhamos em meio as formas, tanto mais passivos de apego a elas, estamos. E é por esse motivo que a busca da consciência plena de cada forma possui um papel fundamental, pois nos conduz por meio de um caminho livre. Não no sentido de que não tenhamos mais obstáculos pela frente, mas que esses obstáculos não serão mais motivo de impedimento.
Você está se segurando em quê?
Até breve.
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