Verdade.
Alguém já parou para pensar, se atreveu ou teve a curiosidade de se perguntar do que se trata a "verdade"? O que é verdadeiro?
De acordo com o Institudo Houaiss de Lexicografia, em seu minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa (4 Edição - 2010), a palavra Verdade está definida como "algo que está de acordo com o real; exatidão". A palavra verdadeiro vem logo em seguida e é descrita como "algo que está em conformidade com os fatos ou a realidade; palpável, verídico, incontestável, preciso".
Mas se a verdade é real, o que é Real?
Real: "próprio de realeza, rei; que tem existência palpável, concreta; existe de fato, de verdade; fato verdadeiro, realidade".
Verdade, então, pode ser compreendida como algo real, próprio de realzea, ou seja, "Estado governado por rei". Rei, em sentido figurativo, denotando um "poder supremo", um governo abrangente, uma generalidade. Dessa forma, tomamos o entendimento de verdade como uma generalidade abrangendo e governando de forma suprema no âmbito total. Neste primeiro momento, então, é possível afirmar que a verdade comunga de um poder absoluto ou soberania extrema?
Vamos reservar tais proposições e nos perguntar algumas outras coisas antes de continuarmos.
Do que se trata esse âmbito total? Seria algo relacionado ao ser humano? Há de pensarmos que não, levando em consideração que a abrangência do real é supra-humana, ou seja, vai além do que é relativo ao homem. Seria então algo relacionado ao nosso planeta, ao nosso Sistema Solar ou Galáxia?
De acordo com essas perguntas (e certamente suas possíveis respostas filtradas por inflexões) e levando em consideração a premissa que verdade é geral e abrange de forma suprema em âmbito total/universal, ou seja, onipotente, é correto afirmar que o entendimento de verdade é ubíquo ou onipresente?
Tomando a onipotência e onipresença como adjetivos pressupostos da verdade, é indispensável que façamos uma ligação com uma possível validade, a qual não se configura. Verdade não é perene nem se alterna. Rege e ordena de forma indiscriminada a validade existencial das coisas (tudo o que constitue o universo). A verdade está suspensa em âmbito atemporal e é o ente que valida o que é existente.
Logo, verdade é uma consciência perene da constituição do paradóxo. Verdade é comum nos opostos que constituem a realidade, perto-longe; existente-inexistente; amor-ódio; claro-escuco; vazio-cheio; 0-1. Realidade, regida pela verdade, é a expressão material e não-material da associação e dissociação das partículas, de ordem supra-humana, metafísica, presente em absoluto no Universo o qual ocupamos apenas uma ínfima fração. Jamais saberiamos se algo é prazeiroso sem ter tido, previamente, a consciência pela experiência (para futura comparação) da existência do doloroso e assim é para todos os opostos constituintes do universo.
Verdade é consciência da plenitude, inalienável, totalitária e assombrosamente presente em tudo o que fazemos e interagimos. Rege, com soberania extrema, sem predileções.
Verdade é criatura, criador e incriado.
Verdade é Deus e, realmente, está presente em todas as coisas.