O bloqueio mental, como o nome mesmo nos diz, é um impedimento, uma limitação no âmbito subjetivo/psíquico. É algo que nos impede de realizar alguma atividade em particular. É um mecanismo involuntário do nosso organismo ativado em momentos de possível agressão a nossa integridade, seja ela física ou moral.
Mas qual é a origem desse bloqueio? De onde ele surge? Por que ele surge?
O bloqueio é análogo ao medo no sentido de proteção/prevenção/providência, mas não são a mesma coisa. O medo é mais abrangente, contempla atividades desconhecidas pelo indivíduo, assim como as pouco experienciadas. Embora o medo exerça, teoricamente, o mesmo papel que o bloqueio mental, não devemos confundi-los. O bloqueio mental é restrito às atividades de poucoa experiência, aquelas que já tivemos o primeiro contato mas que não a desenvolvemos.
Deixando a impessoalidade um pouco de lado, serei bem franco e falarei de acordo com o que acredito:
Não acredito em bloqueio mental.
Penso que o bloqueio nada mais é que uma criação ilusória de quem se propõe a alguma atividade, atendo-se as possíveis falhas que podem vir a ocorrer por conta da falta de experiência e/ou falta de confiança em suas atribuições.
O não-crer na possibilidade de acerto gera uma insegurança enorme. Essa insegurança, por sua vez, é transferida aos movimentos, sejam eles verbais, mecânicos, gramaticais, etc, aumentando assim a possibilidade de erro e potencializando, de maneira crítica, a ação do medo.
Não há o que pensar. Ou você consegue ou não consegue. Seu corpo, intuitivamente, saber responder a essa pergunta, e sabe, instintivamente, agir em prol do desenvolvimento eficaz daquela atividade.
Devemos nos ater ao que realmente importa e não as possíveis ocorrências. Devemos nos segurar não na atividade em si, mas nas ferramentas que possibilitam a conclusão correta daquela atividade.
Uma pessoa que escala a 20 anos não é boa porque escala a 20 anos, mas porque tem confiança na ponta de seus dedos e sabe o suficiente sobre si para dizer até onde a energia de seu corpo e a força que consegue empregar pode leva-la.
Nossos corpos são conjuntos de ferramentas que possibilitam inúmeras formas de expressão. Nosso dever é nos conhecer o suficiente para confiar nessas ferramentas. Acreditar em sua capacidade através do conhecimento experienciado é saber, no íntimo, suas possibilidades e impossibilidades.